A DEMOLIÇÃO
Com início no dia 21 de outubro, a demolição do Machadão ocorreu de maneira mais rápida do que o cronograma inicial traçado pela construtora OAS, responsável pelas obras da Arena das Dunas. Nesta sexta-feira, quando restava apenas um pequeno trecho da arquibancada, houve uma primeira tentativa para a derrubada, mas o cabo de aço utilizado rompeu. Pouco tempo depois, ocorreu a nova tentativa e o estádio foi completamente ao chão.
O estádio Machadão já está completamente demolido. Às 14h56 desta sexta-feira (25), após duas tentativas, a estrutura próxima ao portão 5, onde costumeiramente ficava acomodada parte da torcida do América, foi ao chão. Agora, os próximos passos serão a retirada do entulho e início das obras de fundação para a Arena das Dunas.Depois da retirada do entulho, as obras da fundação do novo estádio começarão. A previsão inicial é que esse trabalho comece no dia 15 de dezembro e seja concluído ainda em março de 2012.Para o secretário de assuntos relativos à Copa do Mundo (Secopa), Demétrio Torres, a rapidez nesse momento da obra é normal. "Isso é normal em obra, isso não é uma coisa de outro mundo. Da mesma forma, em algum momento você pode ter alguma dificuldade e vai ter que mudar o cronograma", disse."O importante é que a obra tenha um controle permanente por que é uma obra que tem data marcada e que não pode atrasar", concluiu o secretário.
PROBLEMAS DA OBRA
O consórcio OAS-Coesa, responsável pela construção do estádio Arena das Dunas, está sondando novas mineradoras para normalizar o fornecimento de piçarro para a obra. A afirmação foi feita ontem pelo secretário extraordinário para Assuntos Relativos à Copa do Mundo 2014, Demétrio Torres. De acordo com ele, as outras duas empresas que estavam habilitadas para substituir a J C de Oliveira Mineração, não apresentaram os documentos e licenças ambientais exigidos e foram descartadas.As novas mineradoras estão sendo buscadas na região metropolitana. Para Demétrio, o problema pode ser resolvido rapidamente. "É questão de um telefonema e está tudo acertado. As novas empresas estão sendo avaliadas", disse. O secretário extraordinário reforçou que o andamento da obra não será prejudicado. A empresa JC de Oliveira Mineração, que fornecia o material anteriormente, é acusada de extrair piçarro de uma jazida dentro da Área de Preservação Ambiental (APA) de Jenipabu, em Extremoz. Logo após a denúncia, o recebimento do material por parte da OAS foi suspenso. Demétrio afirma que o material que está sendo reciclado na própria obra pode durar cerca de vinte dias, enquanto os contatos com novas mineradoras são firmados.
Após a suspensão, outras duas empresas fornecedoras de minérios e com cadastro válido junto à construtora do estádio foram consultadas e descartadas por falta de documentação. Segundo Demétrio, o andamento da obra está garantido dado a quantidade de material estocado e o reprocessamento de concreto que está acontecendo.
A equipe de reportagem da TRIBUNA DO NORTE esteve durante parte da manhã de ontem próximo ao canteiros de obras. No intervalo de mais de duas horas, não foi possível perceber entrada de caminhões com areia ou outro material. Apenas um caminhão pipa entrou na área.
De fora, percebe-se que parte do concreto oriundo do estádio Machadão, com a demolição em andamento, é transformado e reaproveitado no canteiro de obras. O material localizado abaixo do antigo gramado do estádio também está suprindo a deficiência do piçarro e cumprindo bem esse papel, conforme exposto pelo secretário extraordinário.
Demétrio acrescenta ainda que, dada a compatibilidade do material encontrado abaixo do antigo gramado, o recebimento de piçarro das empresas mineradoras será reduzido. "O material serve muito bem. Quando outra empresa for contratada, com certeza a quantidade fornecida de piçarro será menor do que era", informou.
As construtoras de todos os estádios no Brasil devem seguir um conjunto de normas impostas pela Fifa. Dentre elas, consta uma relacionada à sustentabilidade dos estádios e ao recebimento de produtos e minérios extraídos de locais propícios e regulares diante dos órgãos de fiscalização e controle ambiental.
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